sexta-feira, 21 de novembro de 2008

1 # Por hora.

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16 horas e 59 minutos.


Um minuto pra outra hora, outra hora, coberta de 6O outros minutos, que cada um contém seus outros 6O segundos, o quê resume em tantos outros 36OO segundos por hora. Não sou matemática, mas isso é tão básico quanto saber seu nome. Por isso que eu não tenho um fixo. Posso ser Maria Elisa, Marie, Mari, Ma, M, psiu!, você, ei, nada. Que seja, isso não vai mudar a minha história. Mas voltemos para o tempo. A cada momento, acontecem mortes, nascimentos, discussões. A cada instante, as pessoas falam, respiram, soluçam, choram, riem. Vivem. Vez em quando eu paro pra pensar o quê Alguém estaria fazendo. E se esse Alguém precisa de mais outro Alguém. Se esses Alguém's precisam de mim. Ou não. E talvez eu nunca vá saber, o tempo passa rápido, as coisas mudam ligeiramente, e se nesse instante eles vivem, quem sabe no outro o quê pode acontecer? Mas voltando ao tempo, paremos pra pensar também o quê poderíamos estar fazendo nesse momento, se isso mudaria o próximo, ou quem sabe só seja desperdício. Ah, isso é outra coisa que me vem a mente, às vezes. Disperdício de tempo, isso existe? Tempo taí, é pra ser usado, ninguém pode chegar e falar que roubou seu tempo e só vai devolver depois de gastá-lo e a bateria pifar. Tempo não é movido à bateria. Tempo é tempo, sei lá de quê é feito. Quero dizer, eu sei que tempo é marcado em dias, horas, e coisa e tal, mas isso não é a sua matéria. Aliás, tempo tem matéria? É, pelo visto eu não tive tempo suficiente pra saber de quê ele é feito. Mas então me pergunto: Se tempo não tem matéria, não podemos vê-lo, nem apalpá-lo, como pode ele nos tocar de tal maneira? Vivemos num mundo ande tudo merece mais tempo, que o dia é pequeno. (H)Ora essa, quer dizer que devemos dar alguns hormônios pro dia? O tempo passa, não pára, nem espera ninguém. As mulheres reclamam que estão velhas, antigas, passadas. Coisa do tempo, ele que diz. Os homens protestam que não viveram o suficiente pra ter em mãos todas as mulheres do mundo. Parece até que existe uma ampulheta que apita quando a gente envelhece. E eu não reclamo, não protesto nem me revolto. Quando me perguntam quantos anos tenho, não sei responder. Já tive 14, mas o quê tenho pela frente, só Deus e o tempo sabem. 36OO segundos, posso usá-los como bem entender, e pra você pode parecer só mais uma hora perdida, mais rugas, menos mulheres, mas para mim foram mais risadas, lágrimas, palavras e suspiros. Pra mim esses segundos foram de fato, momentos. Instantes a serem marcados, lembrados, e quem sabe, com o tempo, esquecidos por alto mas ainda existentes na estante da memória. Por isso, lhe pergunto: Aqui tá frio, e o seu tempo, como vai?
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